Você tem se sentido cansado(a), desmotivado(a) e sem prazer nas coisas que antes gostava? Passa a maior parte do tempo triste, sem vontade de comer e com problemas de sono? Isto pode ser sinal da depressão, uma condição que afeta profundamente a nossa vida.
A Organização Mundial da Saúde em 2023 realizou um estudo que aponta que mais de 300 milhões de pessoas no mundo sofrem com esse transtorno. O Brasil tem a maior taxa da América Latina, com 5,8% da população.
Esse problema, que vem afetando cada vez mais pessoas, exige atenção e cuidado. A psicoterapia tem seu papel fundamental na prevenção e tratamento desta doença e a abordagem Cognitiva-Comportamental tem se mostrado muito eficiente.
Como a depressão se apresenta?
São sinais e sintomas comuns da depressão: a tristeza persistente, a autodesvalorização, o sentimento de inutilidade e culpa; a perda de interesse e prazer nas atividades; a falta de energia; dificuldade de se concentrar; perda ou aumento do apetite; insônia ou sonolência frequente; isolamento; e perda no sentido da vida.
Uma pessoa deprimida que se sente inútil ou culpada, pode ter pensamentos como: “Eu não sou bom o suficiente!”; “Seria melhor se eu não estivesse aqui!”; “Não sinto vontade de fazer nada!”. Assim, diante das obrigações ou do lazer perdem a força de vontade, o famoso “deixar para lá” ou “amanhã eu faço”, o que contribui para os problemas se acumularem.
A mente do deprimido o afeta até nas simples questões do dia a dia, tornando-se difícil de enfrentar. Prefere é ficar deitado, assistir algo para se distrair ou passar horas no celular, assim a pessoa está protegida dela mesma. Mas fique atento! Se não fizer nada a respeito, torna-se cada vez mais difícil lidar com a doença.
A depressão muitas vezes se camufla, é percebida pelo sujeito como uma forma de proteção contra futuras decepções ou novas dores emocionais. Em algumas circunstâncias o sofrimento é tão forte que a pessoa entra em desespero, por acreditar que não existe mais solução e pode levar a tentativas de suicídio. Por isso é importante solicitar e oferecer ajuda.
O que é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e como lidam com a depressão.
Criada por Aaron Beck em 1960, é uma abordagem terapêutica que parte do princípio de que nossos pensamentos influenciam diretamente na forma como nos sentimos e agimos. O objetivo é identificar e modificar padrões de pensamento negativos e distorcidos, que podem estar contribuindo para os problemas emocionais e comportamentais. E promover habilidades práticas de enfrentamento, para resolução problemas, como a depressão.
Diversos estudos demonstram a eficácia da TCC no tratamento da depressão. Uma revisão publicada na Journal of the American Medical Association (JAMA) em 2019 mostrou que a TCC é eficaz para reduzir os sintomas da depressão em adultos, com taxas de resposta variando de 50% a 60% entre os pacientes.
CASOS DE CLIENTES QUE TRABALHEI COM A TCC
Homem de meia idade após término de relacionamento, deixou de conversar com as pessoas durante um tempo, com baixa autoestima buscava alívio no álcool e passava muito tempo assistindo TV. Foi levado a terapia por um familiar, não sabia o que esperar da terapia, achava que era coisa de gente maluca.
Trabalhamos na qualidade dos seus pensamentos e na retomada de atividades prazerosas, essenciais para a autoestima. Nos primeiros meses, com sua volta a academia e novas formas mais saudáveis de se pensar a sua disposição melhorou, deixou de se isolar e voltou a falar com as pessoas. Conforme superou a doença, voltou a ver sentido na vida e recuperou alguns propósitos, preferiu continuar indo à terapia a cada quinze dias para evitar recaídas.
Diversos estudos demonstram a eficácia da TCC no tratamento da depressão. Uma revisão publicada na Journal of the American Medical Association (JAMA) em 2019 mostrou que a TCC é eficaz para reduzir os sintomas da depressão em adultos, com taxas de resposta variando de 50% a 60% entre os pacientes.
Mulher idosa, procurou ajuda para lutar contra a depressão pós-aposentadoria e problemas de saúde. Sentia-se sem propósito e com uma sensação de inutilidade e culpa, o que a levou a tentativas de suicídio. Com a TCC, começou a se reerguer aos poucos, prevenir recaídas e retomar atividades rotineiras, como cuidar da casa, dirigir, socializar com as amigas e praticar exercícios físicos. Em um ano, reduziu significativamente o uso de medicamentos. Neste caso sua autoestima também tinha sido afetada, durante todo o processo foi trabalhado formas de recuperar seu brilho através do autocuidado.
benefícios adicionais da tcc no tratamento da depressão
Prevenção de Recaídas: Além de tratar os sintomas da depressão, a TCC ensina habilidades para prevenir recaídas. Ao entender os gatilhos da depressão e aprender novas formas de reagir, a pessoa sente-se estar mais preparada para enfrentar os episódios depressivos, sem que isso afete profundamente sua vida.
Duração e Flexibilidade: A TCC é geralmente oferecida em um formato de curto a médio prazo, com sessões semanais e quinzenais que podem durar por 3, 6 ou 9 meses. É importante considerar que o tempo de tratamento varia para cada pessoa, e suas questões são particulares, devendo ser analisadas com a devida atenção e cuidado.
PROCURE AJUDA PROFISSIONAL
Permanecer preso em padrões negativos pode agravar os sintomas da depressão, afetando cada vez mais sua qualidade de vida pessoal e social. A longo prazo pode gerar isolamento, dependências e até outras condições de saúde mais delicadas.
Como vimos a depressão não pode ser ignorada. Se você se sente perdido ou sem direção, a psicoterapia pode ajudá-lo a retomar o controle da sua vida. Não pense que precisa passar por isso sozinho, considere conversar com alguém de confiança, seja um familiar ou amigo.
Se precisar de apoio profissional ou ajuda em outras questões particulares, pode entrar em contato comigo, tire suas dúvidas.
Este conteúdo é informativo e não substitui uma avaliação profissional. Em caso de dificuldades emocionais ou psicológicas, procure um profissional de saúde. Os exemplos são ilustrativos, baseados em situações comuns, com nomes e dados demográficos omitidos para garantir sigilo. O objetivo é mostrar como a depressão pode impactar na saúde e como a terapia pode ajudar.